Falta de recursos é a maior dificuldade do grupo
Ivanaa Silva, irmã de Fininho, dá aulas para os meninos que participam do projeto na escola aberta à comunidade do Calabar(ao lado da quadra). Essas aulas são de educação e cidadania e ocorrem às terças e quintas-feiras à noite. Nessas aulas, são abordados assuntos atuais e de fundamental importância para a formação desses jovens como por exemplo, violência e gravidez na adolescência.
No último dia 12 de Outubro, dia das crianças, Fininho proporcionou um dia diferente para estes meninos, levando-os para a Ilha. Fininho conta que auxilia também na educação familiar dos jovens e que muitos pais são gratos a ele, até porque muitos destes meninos, que hoje estão no projeto, deixaram de estar na rua, na ociosidade, a mercê da violência e das drogas, mas a dificuldade em conseguir verba dificulta muito o desenvolvimento do projeto. A quadra des esportes foi reformada há três meses, mas a estrutura ainda precisa de muitos reparos, principalmente de uma cobertura.
Fininho recebe doações de uniformes do Instituto Fazer e Crescer, assim como bolas de basquete, cursos para os alunos e ajuda de custo. Quando sobra parte das doações, ele costuma fazer um bazar para arrecadar fundos para a continuação do projeto.
O maior problema, porém é a falta de tênis para estes meninos participarem dos campeonatos, o tênis mais adequado para a prática esportiva é o chamado basqueteiro, com preço médio de R$100. Há também um gasto com viagens e para arrecadar verba eles fazer reciclagem de latinhas e jornais.
Os meninos participam de Campeonato Estadual (armador) em clubes e em escolas particulares da cidade e já jogaram contra o clube do Baneb e o Salesiano. As equipes são divididas em infantil, infanto, juvenil e cadete. Fininho também pensa em trabalhar com outros esportes como o vôlei e o futebol e fala que os pedidos mais freqüentam dos meninos são por tênis, sanitário e água na quadra onde treinam.
Perfil:
Rafael dos Santos Lima, 15 anos
Rafael conta que começou no GCBCAP ao ser convidado por um colega no ano de 2007. Antes de participar do projeto ele jogava bola, mas não se interessava por basquete.
Ele cursa a 3° série na escola e mora na comunidade do Alto das Pombas. Segundo ele, seu rendimento escolar melhorou muito depois que ele começou a fazer parte do projeto de Fininho, por isso sempre incentiva seus colegas a participarem também.
Para ele, esse projeto veio em boa hora porque há algum tempo foram retiradas as aulas de educação física na sua escola, devido ao vandalismo de alguns alunos. Ele continua jogando e gostando de futebol, mas não falta aos treinos de basquete que acontecem as quartas e sextas-feiras na quadra de esportes do Calabar. Rafael é muito incentivado por sua família a continuar no GCBCAP e nunca falta aos treinos. O garoto diz que sua avó tem muito orgulho dele jogar.
Rafael já participou do Campeonato Infanto- juvenil no Calabar, e na UFba contra o Cepe, em 2008. O garoto nutre o sonho de um dia se tornar o melhor jogador de basquete do mundo inspirado em seu ídolo do esporte, MC Jordan.
Perguntado sobre sua dificuldade ao treinar, ele respondeu que precisa muito de um tênis, pois costuma ir treinar descalço por não ter condições de comprar um tênis novo. Sobre o que acha do treinador e idealizador do projeto Fininho, ele foi muito breve e emocionado respondeu: “para mim, ele é um grande amigo, um tio e um incentivador”.
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